Os apresentadores advogado-sócio da Vanzin & Penteado, Kael Moro, e CEO da Lexnautas, Bruno Nassar, entrevistaram o analista e pesquisador Vinícius Sgarbe, para o videocast Conexão Empreendedorismo. Abaixo estão trechos da conversa convertidos em artigo.
Comunicação é uma ciência relativamente nova (quanto à constituição de campo de pesquisa acadêmica), mas está presente em todas as áreas da vida. Nós acreditamos que a definição dela pode variar, pelo papel que o definidor ocupa. Para a medicina, haverá um viés, para o direito, outro, e assim por diante.
Contudo, concordamos que a comunicação ocorre no momento presente, entre seres humanos. Isso se dá por palavras, gestos, e por elementos de um conjunto amplíssimo de expressões. Em nosso ponto de vista, a comunicação não é propriedade dos comunicólogos, mas sim de todos nós.
Além disso, destacamos que a comunicação, embora ciência de criação recente (escrevemos sobre jornalismo no Século 17, e de opinião pública no Século 20), ela é fruto de outros campos aprimorados há séculos, como a filosofia e a ciência política. De toda sorte, consideramos que mais importante que uma epistemologia da comunicação, é o ouvir as experiencias dos usuários da comunicação. Desde o livro, cinema, televisão e rádio, todos da concepção de distribuição de massa, até o interlocutor da inteligência artificial, os usuários são os “donos” da comunicação.
Acreditamos que se trata de uma ciência fundamental para a compreensão das interações sociais, o que inclui as limitações dessas interações. O conhecimento e aprimoramento dessa ciência são essenciais para melhorar os resultados das relações humanas que se convertem em “vida boa”.
Nós entendemos que uma parte significativa da atividade empresarial está suscetível a comportamentos automatizados. Em outras palavras, o que é comunicado nessa condição foge às inteligências racional e emocional do indivíduo.
Por mais que insistamos – e às vezes com argumentos convincentes, brilhantes em retórica – que estamos agindo de forma livre, muitíssimas vezes não passa de looping de experiencias não assimiladas. É o caso do empreendedor que, no fim do dia, chega à conclusão: “aconteceu de novo exatamente o que eu não queria que acontecesse”.
É nesse contexto que o autoconhecimento entra em cena: ao nos conhecermos, colocamos luz nas áreas escuras de nossa vida. Isso é invariavelmente sair do automático e, com um pouco mais de trabalho, tomar as rédeas do negócio e do sucesso.
Empreendedores autônomos (do ponto de vista da liberdade de vida) são reconhecidos por pares, e capazes gerenciar equipes. Quando nos preocupamos com coisas que não podem ser resolvidas (por serem problemas fantasiosos ou irrelevantes, por exemplo), diminuímos a felicidade e o rendimento das equipes. Quando temos um olhar analítico, em detrimento de uma performance de liderança enfeitada, tornamo-nos capazes de dizer: “todos os meus planos se tornam sucessos”.