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Noticiário

Deputado Beto Preto tem até segunda-feira (17) para fechar acordo em processo de improbidade

Ex-secretário de Saúde do Paraná negocia com MP e pode evitar condenação que ameaça direitos políticos.

Tempo previsto
11/4/2025

O deputado federal pelo Paraná Beto Preto (PSD) tem até segunda-feira (17) para aceitar ou recusar um acordo com o Ministério Público (MP). A intimação foi ordenada pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Apucarana (PR), relativa a um processo de improbidade administrativa.

Como condição para encerrar o processo, o MP propõe a Preto o ressarcimento de danos, e o pagamento de multa de R$ 25 mil. No processo, a promotoria aponta prejuízo aos cofres públicos causados por pregão fraudado em 2013, no valor de R$ 127.194,43.

Beto Preto comandou a pasta da Saúde no Paraná, durante a pandemia. Foi quando fez o próprio nome para eleição que o levou à Brasília. Ele está atualmente na lista de favoritos do governador Ratinho Júnior para a sucessão ao Palácio Iguaçu. Se condenado por ato de improbidade, pode ter os direitos políticos suspensos.

Entenda o caso

Segundo o Ministério Público, Beto Preto, à época presidente do Consórcio Intermunicipal do Vale do Ivaí (Cisvir), contribuiu para um esquema de fraude em licitações, ao auxiliar uma organização criminosa comandada pelo empresário morto Marcelo Cernescu.

O então presidente homologou um procedimento licitatório sem considerar diversas irregularidades. O esquema envolvia, conforme sustenta o MP, empresas de fachada, e a contratação de serviços considerados desnecessáriosporque deveriam ser prestados diretamente pela administração pública.

Argumentos

Na petição inicial, a promotoria descreve ilegalidades no pregão para a contratação de objeto descrito como “despiciendo [desnecessário], oneroso e flagrantemente ilegal”.

Ademais, os elementos angariados na investigação apontam que, para a consecução dos objetivos escusos, independentemente da municipalidade contratante, empregava-se semelhante modus operandi que consistia na comunhão de esforços entre agentes públicos e empresários do grupo para “montagem” de processos licitatórios para contratação de objeto despiciendo, oneroso e flagrantemente ilegal, cujos atos revestem-se de claros indícios de dissimulação.
—Petição inicial do Ministério Público

Chama atenção

Para o MP, os itens da licitação não justificam a contratação de empresa particular, e se trata de mero artifício “inequivocamente criado para o desvio de dinheiro dos cofres públicos”.

O deputado Beto Preto chegou a ter bens bloqueados, junto aos demais réus. Em razão de alteração na Lei de Improbidade Administrativa aprovada em 2021, o juiz do processo determinou o desbloqueio.

Conheça Jenin de perto, casa dos palestinos mortos por Israel

Microdocumentário revela realidade do campo de refugiados de Jenin, símbolo da resistência palestina na Cisjordânia.

Tempo previsto
11/4/2025

Dez palestinos foram mortos e cem ficaram feridos por militares israelenses em uma das maiores operações em anos contra palestinos no campo de refugiados de Jenin.

Israel ocupa ilegalmente a Cisjordânia, onde fica Jenin, deste 1967. São 56 anos de ocupação ilegal, violando o direito internacional.

Palestinos são o maior grupo de refugiados do mundo. Estão há 75 anos em condição de refúgio no exterior e dentro da própria Palestina, sem o direito de voltar para suas regiões de origem e nem mesmo se locomover em seu próprio país.

Os palestinos têm o direito de resistir à ocupação ilegal, à expulsão de suas casas e à violência crônica a que são submetidos.

Nós, escritora e jornalista Cassiana Pizaia, e analista e jornalista Vinícius Sgarbe, produzimos um microdocumentário sobre Jenin há mais de um ano, após duas viagens ao Oriente Médio.

1º app do tipo do Brasil, A.dot faz cinco anos com 133 adoções

Aplicativo pioneiro facilita adoções complexas e renova esperanças para crianças sem perspectivas familiares.

Tempo previsto
11/4/2025

O primeiro aplicativo de adoção de crianças e adolescentes do Brasil completa cinco anos. O aniversário é celebrado em uma solenidade no plenário do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), e reúne fundadores, profissionais, voluntários, e autoridades do Judiciário. A data do lançamento do A.dot, 25 de maio, é também o Dia Nacional da Adoção. Há transmissão pela internet, para que a rede A.dot, hoje em nove estados do país, possa participar. Assista na íntegra.

Presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) do Paraná e fundador do A.dot, o juiz de direito substituto em segundo grau Sérgio Kreuz é o primeiro a discursar. Ele diz que “o A.dot é um projeto que envolve não só o poder público, como é o caso do Tribunal de Justiça, mas também a sociedade civil. Aliás, como preconiza o Art. 227, que é dever da família, da sociedade, e do Estado assegurar à criança o direito de ter, de viver, de crescer num ambiente familiar”.

Ele explica que “para o aplicativo só vão aquelas crianças, aqueles adolescentes, que não teriam mais nenhuma chance de adoção pelas vias tradicionais. Ou seja, já estão lá porque no cadastro nacional, estadual, local, não encontraram pretendentes. Então, são adoções extremamente difíceis, que normalmente não aconteceriam”.

E celebra que “pelo aplicativo passaram neste período [de cinco anos] 845 crianças e adolescentes, principalmente, muitos deles, com deficiência. Nós temos um dado de adoções confirmadas, são 133 feitas por meio deste aplicativo”.

Pobre dentre os pobres

Kreuz emociona os ouvintes ao afirmar que o Paraná tem mais de quatro mil crianças à espera por adoção, “que buscam ansiosamente por uma família”. E completa: “Sempre digo que a criança que está no abrigo é o pobre dentre os pobres. Porque essa criança perdeu. Ela perdeu os amigos, perdeu os parentes, perdeu até o pai e a mãe. Então, cabe a nós, como sociedade, como Estado, fazer todo o esforço”.

A apresentação da jornalista e idealizadora do A.dot, Adriana Milczevsky, começa com: “quero dizer a vocês que se ouvirem algum barulho durante a minha fala é o meu coração”. Ela comenta a relação entre a produção editorial profissional e o A.dot. “Nós somos muitos comunicadores dentro do grupo, e o Dr. Sérgio acreditou, como nós, que a comunicação é uma ferramenta de transformação. Pelo aplicativo, são mais de cem vidas que viraram filhos”.

Vice-presidente do TJPR

A vice-presidente do TJPR, desembargadora Joeci Machado Camargo, propõe a seguinte reflexão: “todos nós acreditamos que podemos trazer um pouco de felicidade, que podemos trazer um pouco do nosso trabalho. Mas não o nosso trabalho burocrático [...], mas do nosso coração. Nós vemos crianças, aqui que, de uma forma ou de outra, estão abrigadas. E quando nós sairmos daqui, e olharmos na rua? Vamos encontrar crianças desabrigadas”.

À direita, o jornalista Paulo Rosa. Ele é responsável pela direção de arte e edição dos vídeos que criam vínculos emocionais no aplicativo A.dot. E eu do ladinho.
Prescrição de cannabis movimenta R$ 77 bi em um ano

Alta expressiva na prescrição médica de cannabis evidencia forte expansão no mercado brasileiro em apenas um ano.

Tempo previsto
11/4/2025

Desde 2018, a venda de produtos à base de cannabis aumentou 342,3%. Entre 2021 e 2022, foram movimentados mais de R$ 77 bilhões. Os números são de uma pesquisa do Portal Cannabis & Saúde divulgada pela Agência Brasil.

No ano passado, as prescrições aumentaram 487,8%. Aumentou também o número de médicos que indicaram a compra em farmácias, de 6,3 mil (2021) para 15,5 mil (2022).

A especialidade médica que mais receitou foi a neurologia (33%), seguida da psiquiatria (26%), geriatria (8%), clínica geral (5%), e ortopedia (3%).

Leia a matéria completa no site da Agência Brasil.

5G traz risco de famílias ficarem sem televisão; 33 municipios são do PR

Avanço da tecnologia 5G ameaça sinal aberto de TV em centenas de municípios; Paraná está entre os mais afetados.

Tempo previsto
11/4/2025

Famílias pobres de 439 municípios brasileiros podem ficar sem sinal de televisão, a partir da implementação do 5G. O 5G é uma tecnologia de transmissão de dados que promete trafegar em altíssima velocidade. Nem todos os celulares estão equipados para usar essa tecnologia. Até mesmo modelos caros e nem tão novos estão sucateados. A frequência utilizada para o 5G é a mesma pela qual essas famílias podem assistir à televisão.

O estado com maior número de municípios em risco é São Paulo (163), seguido de Santa Catarina (36), e Paraná (33).

Para as famílias que estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), e têm uma antena funcionando atualmente, o governo federal faz entregas gratuitas de parabólicas digitais. De acordo com o Ministério das Comunicações, cerca de 1,5 milhão de brasileiros cumprem esses requisitos.

Projeto de Lei impõe multa se mulher não ganhar igual homem

Nova proposta do governo prevê penalização rígida a empresas por desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Tempo previsto
11/4/2025

Um Projeto de Lei (PL),assinado nesta quarta-feira (8) pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula daSilva, prevê multa de dez vezes o maior salário da empresa se as mulheres nãotiverem os mesmos proventos dos homens que estejam no mesmo nível de carreira. Oscritérios são tempo de casa, função, e escolaridade. O texto, sobre igualdadesalarial, foi para análise do Congresso Nacional.

O PL também propõeque as empresas com mais de 20 empregados sejam obrigadas a publicizar suasfaixas salariais, para que a fiscalização pelo Ministério do Trabalho sejapossibilitada. Atualmente, não existe protocolo do Ministério para talfiscalização.

A.dot chega a 120 adoções realizadas no Brasil

Primeiro aplicativo brasileiro para adoção alcança marca histórica, facilitando encontros e formando famílias.

Tempo previsto
11/4/2025

O A.dot chega à marca de 120 adoções concretizadas. O número vem do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), na última edição do relatório oficial. O A.dot é o primeiro aplicativo de adoção de crianças e adolescentes do Brasil, lançado em maio de 2018. Por questões burocráticas, como o modelo de notificação emitido pelas comarcas, estima-se que o número possa ser maior.

Disponibilizado para as plataformas iOS e Android, o acesso é restrito para quem está habilitado no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesta última versão do aplicativo, a verificação é realizada de maneira automatizada, o que custou praticamente todos os recursos financeiros do projeto. Hoje, mais de 12 mil usuários estão autorizados a entrar.

Nos primeiros anos de funcionamento, o TJPR destacou equipes para que a autorização para acessar os perfis tivesse verificação manual. Os envios de códigos individuais foi uma grande dor de cabeça à época, porque, dentre outras razões, a comunicação era feita por e-mail.

Entre 2021 e 2022, o número de solicitações de aproximação, quando um pretendente quer conhecer a criança pessoalmente, teve aumento de 68%, de 138 para 232. Agora em 2023, são realizados 46 estágios de convivência.

O A.dot ficou conhecido nacionalmente em uma edição do Globo Repórter.

Experimentação responsável

Criado como “a última chance” para perfis que fogem do recorrente em solicitações de adoção (pessoas com deficiência e grupos de irmãos, em especial), o projeto encarou revezes. Mesmo internamente, havia a preocupação de que o aplicativo pudesse expor as crianças desnecessariamente. Essa questão foi totalmente superada, e o A.dot ganhou a atenção do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná.

Dois desafios principais estavam em mente, quais sejam a lealdade ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e à Lei Geral de Privacidade de Dados (LGPD). Nesses e em outros casos, o A.dot se mostrou adequado não somente aos requisitos como também respondeu com sucesso em termos de efetivação de adoções.

Grupo de Apoio Adoção Consciente

O aplicativo foi criado em uma parceria do Grupo de Apoio Adoção Consciente com o TJPR. O Grupo também promove a formação para pretendentes de adoção, que é obrigatória para adotantes. Atualmente, essa formação também passa pelo processo de digitalização, com o uso da plataforma Microsoft 365.

Veja a distribuição dos presos em Brasília por sexo e idade

Dados oficiais mostram panorama detalhado da população carcerária do DF, coletados entre 8 e 11 de janeiro de 2023.

Tempo previsto
14/4/2025

Os presos em Brasília listados pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal estão separados, no gráfico a seguir, por sexo e por idade. Na primeira linha do gráfico, você pode selecionar que dados prefere visualizar em particular. Três presos homens foram retirados da amostra, por imprecisão no relatório da Secretaria. Os dados se referem ao período entre 8 e 11 de janeiro de 2023.

Fonte: Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.

Massas ignorantes estragam Brasília; Ratinho e Barros divergem

Enquanto governador repudia atos violentos em Brasília, deputado defende motivações dos manifestantes; veja detalhes.

Tempo previsto
14/4/2025

Às 18h44 deste domingo, (8) é de se comemorar que as manchetes não tragam qualquer número de mortos durante os atos em Brasília. As sedes dos Três Poderes foram ocupadas e danificadas por pessoas cujos adjetivos são numerosos e imprecisos. Do ponto de vista da política básica, anarquistas. Do ponto de vista da psicanálise, primitivos, ou massas ignorantes. Seja como for, nenhuma condição concede àquelas pessoas os nobres títulos de patriotas ou nacionalistas.

Essas massas ignorantes estão particularmente feridas pela derrota que tiveram nas urnas, em uma clara manifestação de fraqueza. Isto é, a restrição cognitiva operada por forças como o fundamentalismo religioso protestante e a miséria da representatividade política culminam nesta tristeza: “no passado, eu não era ouvido, tive um presidente que eu amava, mas ele perdeu as eleições apesar de meu apoio irrestrito, esse apoio me custou amizades e relacionamentos familiares, não tenho mais energia para justificar a fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos, e não sei o que fazer com meu tempo”.

Dados os fatos sobre as omissões de poderes da Segurança do Distrito Federal, as investidas contra policiais e jornalistas em trabalho – com registros em vídeo – , o saldo calculado por depredação de patrimônio público é algo mínimo para se lidar. Argumento que quebrar vidros seja um prejuízo menor que pessoas mortas.

Sobretudo, porém, o dano é moral, e de modo anterior ao conceito da legislação. Trata-se de um dano ao cerne do que nos identifica como seres racionais, um atentado ao primado da razão. É grave, e capilarizado para além das fronteiras tupiniquins.

Nem para todos

O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros, defendeu os atos. Em entrevista ao vivo pela CNN, ele argumenta da seguinte maneira.

“O Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, tentou impor a credibilidade da urna eletrônica. Ele fez uma resolução do TSE proibindo criticar a urna eletrônica. Ele calou parlamentares. Ele calou vários jornalistas que queriam criticar. Ele não convenceu a sociedade de que a urna era confiável. Se ele tivesse convencido a sociedade que a urna era confiável, e não imposto à sociedade a confiança nas urnas, não teríamos essas pessoas, que são brasileiros, que estão aí de cara limpa”.

Interpelado pela jornalista que o entrevistava, foi constrangido no ar. Considero a atitude dela imatura profissionalmente, uma vez que deveria ter a perspectiva de quem entrevista um deputado de carreira que era líder do governo Bolsonaro.

O governador do Paraná, Ratinho Junior, publicou no Twitter que repudia os atos.

Quanto ao Paraná, não se sabe se postura de aparente neutralidade do governador Ratinho Junior, recentemente elogiada pelo arcebispo Dom José Antonio Peruzzo em um vídeo, vai continuar a ser neutra ou se autorizará o discurso de Barros.

Adeus, Professor, e um sábio a menos

Referência no jornalismo paranaense, Aroldo Murá deixa legado de inteligência, generosidade e compromisso ético.

Tempo previsto
11/4/2025

Aroldo Murá, um tipo puro sangue do jornalismo, era pontiagudo com as questões da inteligência, sem qualquer paciência para erros de lógica ou de português. Foi implacável nesses pontos, até o último momento. Quando no jornal Indústria & Comércio, desprezava voluntariamente a habilidade jornalística dos novatos, a fim de construir histórias marcantes. Um ponto alto daquela trama foi ter contratado imediatamente um estagiário que escreveu um bom bilhete. O estagiário era Gladimir Nascimento.

Convencionou-se chamar o jornalista de Professor Aroldo Murá. Ele mesmo, não raro, chamava-se de “Professor”. “Não deixe o Professor na mão”, dizia ao encomendar alguma publicação para o blog. Em mais de 60 anos de prática de notícias, junto ao dom de si, era admirado por alunos, colegas de profissão, e guardava em seus editoriais desafetos clássicos e cômicos. O homem soube provocar muitas vezes, e muitas outras se consertou em público.

Aos colaboradores do próprio blog, dos quais se destaca o jornalista André Nunes, um escudeiro e amigo presente, costumava reclamar de absolutamente todos os textos que levavam crítica explícita ou sutil a qualquer figura pública. E postava os textos mesmo assim, sem nenhuma modificação, ainda que aos gritos de “você vai me fazer perder todos os meus anunciantes!”.

No fim dos anos 2010, juntou-se às forças do administrador e ex-secretário do Planejamento do Estado Dr. Belmiro Valverde, do arquiteto Manoel Coelho, da jornalista Michelle Thomé, do fotógrafo Felipe Pinheiro, e outros nomes, e ajudou a erguer o Centro de Educação João Paulo II, em uma região vulnerável de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A escola, à época, era uma provocação institucional levada às últimas consequências, com educação de altíssimo nível, e em período integral. O custo por aluno era o mesmo da rede pública, mas com financiamento da filantropia dos Estados Unidos.

Uns anos atrás, ligou para uma lista grande de jornalistas e convidou: “vamos sabatinar Luiz Geraldo Mazza”. Recebeu a todos com uma fartíssima mesa, e naquela tarde as entranhas de Curitiba e do Paraná se abriram. Está tudo gravado em vídeo. Ficou comprovado que a capital é mesmo uma cidade pequena, com vivências muito nobres e muito infames, como convém a qualquer cidade habitada.

Durante a pandemia de Covid-19, por meio do Instituto Ciência e Fé, promoveu uma série de palestras on-line com representantes de diversas crenças religiosas. Teve de tudo, do menos conhecido ou popular, até o Santíssimo Sacramento. O respeito com que Professor tratou cada convidado e cada pergunta é uma lição de ética profissional e de sensibilidade humana.

O jornalismo do Paraná perde um sábio também generoso. Pai de uma infinidade de filhos, despedia-se deles sempre com uma bênção em forma de cruz. Agora, espera-se que, dadas as vantagens da proximidade, peça a Deus ajuda para o Paraná e o Brasil. E que interceda ao Criador pela vida do jornalismo.

Lab Digital 2050 é apresentado à comunidade intelectual paulistana

Lab Digital 2050 estreia em São Paulo com laboratórios de mídia, análise de dados e foco na comunicação humana.

Tempo previsto
11/4/2025

A empresa Lab Digital 2050 é lançada na sede do ISE Business School, em São Paulo. Em uma reunião discreta, depois de um café da manhã com donuts de frutas vermelhas, são apresentados oito laboratórios de mídia para a comunidade intelectual paulistana.

O presidente do Conselho do ISE, professor Dr. Carlos Alberto Di Franco, passou para nos cumprimentar pela amizade e pela data. O laboratório de análise de dados utiliza, a título de demonstração de lançamento, um corpus com os comentários deixados no canal de YouTube do professor nos últimos seis meses. É realizada análise de sentimentos com uso de inteligência artificial da Microsoft.

Na foto de destaque, Ágata Soares, professor Dr. Carlos Alberto Di Franco, e eu.

Abre de respeito

Dra. Ana Brambilla e Raphael Müller. Foto: Vinícius Sgarbe.

Os professores do ISE e mentores do Lab Dra. Ana Brambilla e Raphael Müller fazem apresentações, ocupam os papéis de patrocinadores organizacionais. Müeller acaba de voltar de Barcelona, em atividade do IESE Business School da Universidade de Navarra. Ele defende que uma vitória na vida se dá quando os recursos do indivíduo são utilizados. “Davi, quando lutou contra Golias, por exemplo, não usou as armas dos outros. Ele nem saberia o que fazer com elas”, argumenta.

Dra. Ana mergulha no sentido profundo que é a gênese e o desenvolvimento de um negócio, do ponto de vista da filosofia. “A realização do potencial de um empreendedor é que se torne empresário”, instrui. Para ela, “é um orgulho ver um projeto gestado em nossa escola ganhando vida e chegando ao mercado com tanta solidez. O entusiasmo dos gestores, Vinícius e Ágata, é claramente o combustível maior de uma proposta que surge com o objetivo nobre e raro de aperfeiçoar a comunicação humana em suas múltiplas perspectivas”.

Sócios

A sócia-fundadora do Lab, a linguista Ágata Soares, explica assim: “fazemos o lançamento da linha de produtos de 2023. A apresentação marca, oficialmente, o início da empresa. Convidamos pessoas que fazem parte de nosso desenvolvimento, muitos deles são porta-vozes de marcas que gostamos de trabalhar, além de representantes de delegações internacionais, e a mãe do Sgarbe”.

O empresário curitibano Oberdan Pallu, a psicóloga Janine Sgarbe, e a diretora de relações institucionais do Master: Negócios de Mídia, Dra. Glaucia Noguera. Foto: Vinícius Sgarbe.

A diretora de relações institucionais do Master: Negócios de Mídia, Dra. Glaucia Noguera, escreve assim: "o [curso] Empreender no Jornalismo foi criado em 2020, para aprimorar os conhecimentos dos profissionais de mídia que já empreendiam ou tinham o desejo de montar seu próprio negócio. O Sgarbe se encaixava nas duas categorias: há alguns anos, vinha tocando projetos próprios, mas cultivava, entusiasmado, outras tantas boas ideias que permaneciam no papel. O Lab Digital 2050 era uma delas, e foi sendo modelada ao longo das aulas e das sessões de mentoria. Sediar o lançamento oficial em São Paulo é, para Master: Negócios de Mídia, um motivo de grande alegria e satisfação. Empreender envolve grandes riscos e, nesta manhã de festa, Sgarbe e Ágata provaram que, com estratégia e paixão, os sonhos vão se fazendo realidade".

Para mim, Sgarbe, a empresa nasce de uma profunda consciência de que o trabalho deve ter uma serventia ampla, e de que os “verdadeiros valores da vida” que deixaram de ser apreciados, como Freud nos convida a observar, tendem a ser retomamos pela singeleza.

Sou veterano da primeira turma do curso Empreender no Jornalismo do ISE. Uma espécie de “escola dominical” frente ao prestigiadíssimo Master de mídias. Que seja público e notório: poucas vezes um trabalho profissional é tão bem cuidado como é no ISE. Algo assim vivi por quando me tornei sócio da jornalista Cassiana Pizaia em nossa produtora Outras Terras Filmes.

Notícia chega à TV atrasada 4 bilhões de anos

Texto critica superficialidade e clichês no telejornalismo atual, questionando perda de relevância e credibilidade.

Tempo previsto
11/4/2025

Existem muitos dados de realidade para sustentar minha hipótese de que o mundo está mais cretino. Um repórter disse, nesta semana, que “o sol brilha em Cascavel” (faz mais de 4 bilhões de anos que isso acontece). Mas vocês também estão aqui. Talvez já tenham percebido.

Não temos mais nenhum degrau para descer.

Vamos deixar esse assunto resolvido de uma vez por todas, então. Esse mesmo repórter falou que “a prefeitura precisa de uma ação mais latente” na limpeza da praça. Eu começo o meu bom dia com muita alegria! 😂

O que “conquistamos” é a percepção de que o jornalismo de televisão é retrógrado, quando não ridículo. Travestido de Instagram, consegue ser mais ridículo ainda — para parafrasear Fernando Pessoa. O arquiteto Fernando Camargo acaba de sair da universidade. Temos grau zero de influência sobre ele, no que tem a ver com notícias. O texto dele, no print, é de arrepiar os ossos.

Livro 'Atores coletivos em tensão' é lançado em Curitiba

Obra organizada por pesquisadores da UFPR aborda desafios contemporâneos da comunicação política no Brasil.

Tempo previsto
11/4/2025

Os professores e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Kelly Prudencio (ao centro), Carla Rizzoto, e Rafael Cardoso Sampaio publicam o livro “Atores coletivos em tensão”. Nos últimos anos, os três doutores revesam papéis proeminentes na Federal, dentre eles os de coordenadores de programas de pós-graduação. Nos prédios do Juvevê e da Reitoria são figuras recorrentes.

O prefácio do “Papa” da comunicação política, Wilson Gomes, traz: “Como sempre digo, vivemos um laboratório a céu aberto de experiências políticas inovadoras, de grande impacto (para o bem e para o mal) e aceleradas. Prestar atenção em tudo, manter a mente aberta e reforçar as convicções são atitudes essenciais (…)”.

Há textos dos jornalistas e pesquisadores Helen Anacleto (colega de mestrado), Nilton Kleina (colega de CBN), e do cientista social Bruno Nichols (amigo de leito de morte), e de uma lista memorável.

No conselho científico está a coordenadora do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Suyanne Tolentino de Souza.

Suyanne foi minha professora de televisão na graduação, Kelly e Carla de Teoria do Reconhecimento, e Rafael é meu orientador na comunicação política. Para a dissertação, preparamos algo sobre ameaças de assassinato contra juízes.

Adorador da ignorância, Milton Ribeiro está preso

Prisão de Milton Ribeiro revela crise moral no governo e fragilidade ética em parte das lideranças evangélicas.

Tempo previsto
11/4/2025

A fala de Bolsonaro sobre a prisão de Milton Ribeiro que a GloboNews exibe agora é excelente. Presidencial. Ele diz, basicamente, que se a Polícia Federal prendeu é porque deve ter uma razão. Mas minha reflexão não tem muito a ver com isso.

Que torrada na imagem do governo e dos pastores esse Ribeiro causou. Não o conheço, pouco me interessei pelo Ministério da Educação desde Weintraub, entendi que essas tragédias intelectuais tinham tempo para passar, tipo febre.

Diferentemente da maioria dos evangélicos que conheço, alguns são lideranças, essa gente de Ribeiro me enoja pelo desprezo ao que é humano. Messiânicos, alecrins-dourados da criação, fantasiam que a religião que têm cobre a ignorância que vivem e que defendem.

Ainda sobre essa gente de Ribeiro, são “feios, fracos e remelentos” (SERAINE, G., correspondência pessoal). Nunca vi megalomania mais ridícula: nas igrejas, ouvem que Deus dará a eles nações, que serão reconhecidos como servos do Altíssimo, que enriquecerão. Não passam de bobos.

Quanto aos novos na fé ou aos pequenos, temos diante de nós um escândalo difícil de superar. Se a “igreja mais tradicionais”, digamos assim, como é a Católica, passa a pensar um jeito de avançar por mais dois mil anos, que dirá essas plaquinhas de bairro.

Em Curitiba, Moonshot é exercício para a consciência

Evento Moonshot em Curitiba desafia educadores a repensar práticas tradicionais com metodologias ativas inovadoras.

Tempo previsto
11/4/2025

A Jornada Moonshot Educação Sala Dos Professores, realizada neste sábado (21), em Curitiba, está nomeada adequadamente. É uma jornada, um “acontecimento ou circunstância notável”. Cerca de 30 pessoas, de diferentes formações e cidades do Brasil, assistem aos professores Marlon Brunetta, Paulo Tomazinho e José Motta. Os três, sócios da Moonshot, estão juntos desde a metade da década de 2010, quando entenderam que “a educação, às vezes, cheira naftalina”. A frase provocativa é de Motta. Ele foi o último a falar.

Objetivamente, entregam estes conteúdos, Jigsaw Classroom, Team Based Learning e Design Thinking. E muito se ouve sobre “metodologias ativas”. O que chama atenção é que essas tecnologias em educação não necessariamente dependem de software ou hardware que não sejam uma mente disponível e, quem sabe, um pedaço de papel que possa ser anotado. É de longa data que “uma sala de aula cheia de computadores pode ser muito antiga”, como nos repete o pedagogo e escritor Luca Rischbieter.

Há problemas reais a serem solucionados em sala de aula. Haveria, até mesmo, problemas suficientes para que as inteligências da educação se ocupassem por uma vida. Um deles é a segregação. Embora estejamos habituados a ler no noticiário sobre as consequências das crueldades infantis do bullying, o tema se torna mais dramático neste cenário: a inclusão de crianças pretas em escolas de histórico racista. Os “meninos da Moonshot”, como são carinhosamente chamados por mim, olham para isso.

Engajamento

E nisto a educação e a comunicação política se encontram: no desafio do engajamento. “A criança pode estar na escola, ela sai de casa, entra no ônibus e chega à escola, mas a atenção pode não estar com ela”, explica Tomazinho. Fazer com que os alunos “think, pair, share” (algo como pense, verifique com os colegas e compartilhe) é um método para que participem da construção do conhecimento. Ao sentirem-se parte de tal construção, aumentariam as chances de retenção do conhecimento e de criação de soluções para o mundo da vida.

O físico e professor de Harvard Eric Mazur, segundo a história contada na Jornada, passou a ouvir o que os alunos falavam sobre os conteúdos dele. E se deu conta de que não era o que tinha escrito no plano de aula, o que o levou a mudar o jeito de trabalhar. Esse professor é uma das referências teóricas e de prática para os meninos.

Pessoal

Quanto a mim, experimentei um papel para o qual eu busco consciência. Depois de horas agradáveis e inteligentes, nós, participantes, fomos desafiados a executar uma atividade x. Ao fim, percebi o quanto posso ser arrogante em minhas presunções de “quem precisa desse conteúdo”. Algo muito semelhante aconteceu comigo durante a leitura dos evangelhos. Antes, eu pensava: “Isso mesmo, Jesus, dê uma dura nesses fariseus!”, até que entendi que o fariseu sou eu.

A beleza está no jeito leve da Jornada trazer consciência.

No Brasil, Amco apresenta plano para felicidade

Empresa internacional Amco traz ao Brasil método bilíngue inovador que vê felicidade como base da aprendizagem.

Tempo previsto
11/4/2025

“A finalidade da educação é a felicidade. Todo percurso é realizado para que se chegue à felicidade. Entendemos que seja possível encurtar o caminho”, afirma o CEO da Amco, Guillermo De León, ao Lab Jornalismo 2030. O principal produto da empresa é um sistema educacional bilíngue que está em 14 países, chegou ao Brasil um pouco antes da pandemia.

Com um suntuoso estande branco na feira Bett Brasil, em São Paulo, a Amco recebe os visitantes com óculos de realidade virtual. As experiências de apresentação do programa pedagógico são autônomas e individuais. Mas apesar disso, estão disponíveis e atentos professores, gestores e técnicos.

“Uma das características mais marcantes do mercado brasileiro, na comparação com os outros países onde a Amco está, é a curiosidade quanto à pedagogia. De qualquer modo, estamos prontos para essas discussões”, pontua o country mananger para o país, Mekler Nunes. “O que a Amco faz ao se apresentar nesta feira é antecipar possibilidades de aprendizagem bilíngue para a realidade brasileira”.

Nunes considera que quem chega ao estande “descobre que a Amco tem a maturidade, a experiencia e, mais que isso, uma cultura educadora de grande inspiração”.

Felicidade

Com slogan“Happy to learn, a Amco desperta curiosidade quanto à tradução de tal slogan para o português. Da parte deste repórter, há mais de uma versão possível, como “feliz para aprender” ou “feliz em aprender”. Seja como for, felicidade é palavra central, parte do cânone organizacional.

“Cientificamente e academicamente existem ferramentas que medem e indicam tendências socioemocionais intrapessoais e interpessoais de maneira bem concreta. Isso é complexo, sofisticado, no entanto esses estudos têm apontado direções para competências. Temos 45 minutos [de tempo de aula] para aterrissar, para tirar as coisas do plano das ideias e trazer para a prática. E nossa prática oferta possibilidades nesse sentido”, finaliza Nunes.

Experiência de imersão

A gerente de implantação no Brasil, Ágata Soares, informa que a participação da Amco na feira (realizada entre 10 e 13 de maio, no Transamerica Expo Center) serve para “a gente se apresentar. A empresa chegou ao Brasil um pouco antes da pandemia, o que adiou nossa participação em um encontro público”.

 “A Amco tem uma estruturação que viabiliza desde a apresentação do produto até a entrega da sala de aula em um tempo recorde. Afinal, é um modelo aperfeiçoado nos último 25 anos”.

Serviço

Em linhas gerais, a Amco faz barba, cabelo e bigode de escolas, levando-as ao ensino bilíngue (com inglês) desde o ensino fundamental até o médio. Mais informações são encontradas neste endereço: falecomigo@agatasoares.com.br.

Foto: o diretor comercial global da Amco, Daniel Kahan, a gerente de implantação no Brasil, Ágata Soares, e o CEO, Guillermo De León.

Apagão expõe dependência de veículos ao monopólio

Problema global no Facebook, Instagram e WhatsApp evidencia vulnerabilidade da mídia ao monopólio das big techs.

Tempo previsto
11/4/2025

Na tarde da última segunda-feira (4), três aplicativos de comunicação ficaram fora do ar em todo o mundo. Difícil que tenha passado despercebido a alguém. Facebook, Instagram e WhatsApp, que atingiram as marcas de segundo, terceiro e quarto lugares, respectivamente, dos mais baixados globalmente em abril deste ano, pararam repentinamente – e levaram cerca de sete horas para voltar a funcionar.

O noticiário trouxe – até mesmo na televisão – uma explicação técnica, e que representa uma parte do problema. Quando os repórteres escreveram ou falaram sobre o “DNS”, ofertaram ao público uma justificativa da engenharia para o apagão. Perguntamos se tal informação poderia efetivamente se juntar ao entendimento do indivíduo sobre o funcionamento da rede.

Embora a questão do “DNS”, do endereço digital, resuma, talvez precipitadamente, o motivo do problema, é pertinente que a imprensa discuta o aspecto da responsabilidade da big tech na vida rotineira. Em que medida os indivíduos e empresas passaram a depender de serviços digitais para as práticas de relacionamento pessoal e de negócios?

Algumas manchetes destacaram o declínio da fortuna de Mark Zuckerberg diante do problema com os acessos. Tal fortuna pode ser colocada à prova diante da intenção de pedidos de indenização. Para o advogado Kaique Yohan Kondraski Servo, entretanto, “seria difícil vencer sobre o Facebook, dada a condição de caso fortuito ou de força maior com o que se parece o defeito nas plataformas”.

Para alguns, ficar sem esses programas representou ficar “sem Internet”. Com a falha do Facebook, houve crescimento no número de reclamações contra as operadoras de telefonia e de conexão. Há quem tenha mexido no roteador, para recobrar o acesso perdido.

Jardins murados

Em alguns planos de telefonia, o acesso a determinadas plataformas não é cobrado. Mesmo que o cliente não tenha créditos, ele pode continuar a navegar. É o “zero-rating”, que contribuiu para a ideia de “jardins murados”.

Para o pesquisador-responsável pelo Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Democracia Digital (Compadd) da UFPR, Rafael Sampaio, “uma mudança começa a ser sentida a partir da Web 2.0, quando as plataformas passam a criar muros digitais. As pessoas passam a maior parte do tempo dentro dessas plataformas. Então, se aquela rede específica para de funcionar, a Internet como um todo também para, na experiência do usuário”.

Quais riscos essa percepção levanta? O quanto nós, da indústria da comunicação, contribuímos para que estes “jardins murados” se mantenham e, até, se fortaleçam?

Seminário de família alerta para uso que pais fazem do celular

Evento em Curitiba discute impacto das telas no ambiente familiar e alerta para responsabilidade dos pais.

Tempo previsto
11/4/2025

Os impactos das tecnologias, das telas, na formação familiar e na educação infantil são destaque no 6º Seminário Internacional Família e Educação, agora mesmo, neste sábado (23). Em Curitiba, a lotação máxima permitida no Auditório Poty Lazzarotto do Museu Oscar Niemeyer está ocupada por participantes, e há também quem acompanhe pela internet.

Cinco falas são esperadas ao longo do dia. A primeira (Angela, já realizada) e a segunda (Ana Maria, em andamento) contornam o mundo pré-pandemia, quando se experimentava uma etapa de digitalização sem precedentes.

Para Ana Maria Araujo de Venegas (doutora em filosofia pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Roma), os equipamentos e as conexões em rede criam uma nova relação do indivíduo com o mundo, pela qual um celular é capaz de nos ordenar: “encontre um Wi-Fi agora!”.

Em se tratando do que vivíamos antes do coronavírus, “a medicina desafiou a morte muitas vezes. A cada nova descoberta, passamos a viver por mais tempo”, relembra a palestrante.

Responsabilidade dos pais

Em entrevista ao Lab Jornalismo 2030, a secretária nacional da Família, Angela Gandra Martins (doutora em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul), considera que os pais devem assumir responsabilidades em relação à educação dos filhos, porque são protagonistas na educação. Não se trata, porém, de controle hierárquico. Angela Gandra Martins, secretária nacional da Família:

Estamos falando de um projeto de vida que os filhos livremente escolhem, e para o qual têm apoio dos pais.

No que tem a ver com o uso das tecnologias e com o eventual desequilíbrio em termos de tempo dedicado a elas, Angela pega alguns pais no contrapé. Angela:

Quando falamos do problema das telas, não falamos somente do que as crianças assistem, mas da preferência de alguns pais pelo celular em detrimento do convívio familiar.

Para informações sobre o conteúdo completo, se há vagas ou não para hoje, ou outros assuntos de serviço, use o WhatsApp, neste link. A agenda do Seminário está aqui.

Workshop em Curitiba aborda arquétipo 'criança interior'

Dra. Célia Souza explora em workshop como acolher e entender a criança interior pode superar bloqueios na vida adulta.

Tempo previsto
11/4/2025

Em celebração ao mês da mulher, a doutora em educação Célia Souza promove o workshop "A criança interior & o feminino". Em entrevista ao Lab Jornalismo 2030, Célia explica a escolha do tema.

Sgarbe — Do que trata seu workshop?

Dra. Célia — É sobre a criança interior e o feminino. É sobre algo que descobri depois de adulta. A criança interior é uma teoria da psicologia analítica. A criança é um arquétipo, e as ideias dela são transpostas para o coletivo. Há muitas facetas, mas vamos tratar da criança ferida, o que é uma experiência pessoal. A minha criança ferida me bloqueava em muitas ações.

S. — O que isso tem a ver com empreendedoras negras?

C. — Sou educadora parental, e há uma discussão enorme sobre a vida da criança. Muitos de nós vivemos experiências em que a criança não tinha razão, foi tolhida na criatividade, e por aí vai. Há paradigmas que a neurociência, a psicologia infantil, a filosofia, a sociologia, que tem até uma área exclusiva, a sociologia infantil, têm enfrentado. Há traumas que podem ser suavizados. Você foi uma criança e sua criança que fica com você para toda a vida. Ouvimos coisas como:

—Cale a boca!
—Você não pode falar!
—Criança só tem que obedecer!
—Criança tem que comer tudo!
—Criança não faz ciência!

E então o adulto vive com problemas infantis.

Existe também o adulto que não cresceu, e há um boom dessa questão. Muitas pessoas tem mais de 30 anos e não conseguem sair da casa do pais, não conseguem trabalhar.

Essa criança interior precisa ser acolhida, precisa ser informada que não é necessário que a jornada seja marcada por traumas.

Serviço

O workshop é uma parceria com a mobilização Afroempreender & Crescer. É nesta sexta-feira (11), às 18h30, na Rua Marechal Deodoro, 450, sala 808. O ingresso custa R$ 30. Para informações, o WhatsApp é +55 96 98135-3284.

Pessegueiro do campo morre ao ser atingido por raio

Crônica registra impacto de tempestade no campo e reflete poeticamente sobre relação humana com a natureza.

Tempo previsto
11/4/2025

No terreiro das galinhas, encontro Jorge vestido para a roça. Ele desfere golpes com o facão, contra os pés de guanxuma que serviriam para a saúde do cabelo quando não amontoados no papel de praga que vale mato seco.

Finalidades adjacentes tendem a viver pouco no mato. Se quer guanxumas para usar no cabelo, que as plante e cuide delas. Agora, aqui, no terreiro das galinhas, daninhas, crescidas a partir de caules com um dedo de calibre, teimosas ao arrancar, não.

A seca mata árvores em Campo Largo da Roseira. Os troncos e galhos maiores vão primeiro para o chão, depois para a pilha a ser cortada, e, finalmente, encontram o cepo. Finalmente, porque dali em diante o destino é o fogo que sequer é eterno. É um foguinho de fogão que uma criança da cidade opera como atividade recreativa. De árvore que muda o mundo a brinquedo esdrúxulo. É preciso, meu Deus, cuidar da natureza.

E quando a chuva vem nervosa. Um raio parte ao meio o pé das ivaís, Eugenia myrcianthes, gostosas no paladar das éguas. O pessegueiro do mato tem folhas e margens do limbo inteiras, filotaxia oposta. As frutinhas são amarelinhas como araçá. Jorge:

Quando morre, os galhos ficam em cima das outras árvores por um tempo, mas, cansadas do desaforo, largaram o serviço.

Os sons da manhã de sábado são parecidos com os de qualquer outra hora ou dia, exceto pelo estrondo das roçadeiras a gasolina. Há um grande acúmulo de maquinário ruidoso na paz do campo. O que um pressurizador de água ou um aspirador de pó são na cidade as roçadeiras são no Campo. Sinfônicos cantam os pássaros, os cachorros, as folhas e os sinos de gado.